11 de janeiro de 2012

Educação no Distrito Federal é referência no país, mostra pesquisa do Ipea


Grasielle Castro - Correio Braziliense
Publicação: 11/01/2012 07:24 

Levantamento divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a presença do Estado no Brasil aponta as áreas nas quais o Distrito Federal tem excelência — pelo menos em comparação com outras unidades da Federação. O destaque é a educação, com o maior índice nacional de jovens entre 14 e 17 anos matriculados na série adequada. 

Em todo o país, o cenário dos estudantes matriculados nas séries adequadas sofre alterações quando são comparadas as faixas etárias de 6 a 14 anos e de 15 a 17 anos. Ainda assim, o DF é a unidade da Federação que melhor mantém o quadro. Para os estudantes de 6 a 14 anos, o índice nacional varia de 87,2% a 94,4%, enquanto o maior percentual para quem tem entre 15 e 17 anos é o marco do DF, de 68,8% — o menor é o de Rondônia, com 31,6%. Além disso, o Distrito Federal está entre as seis localidades — Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul — que têm mais de  80% dos professores da rede pública com formação superior.

De acordo com o assessor técnico da presidência do Ipea, André Calixtre, a questão da universalidade da educação é essencial para o país, porém, ainda é muito relativa. “Enquanto no ensino fundamental quase a totalidade das crianças está na escola, no ensino médio, a taxa de frequência ainda é baixa”, compara. Para ele, a responsabilidade não é exclusiva do governo federal. “A desigualdade na questão da educação tem muito a ver com a capacidade de estados e municípios”, acrescenta.

Saúde
Quando se avalia a quantidade de médicos atuando na saúde pública, o Distrito Federal apresenta dados semelhantes à média nacional — o DF tem 2,8 médicos para cada mil habitantes, enquanto a média brasileira é de 3,1. O número, embora seja acima do mínimo exigido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) — de 1 a cada mil habitantes —, é insuficiente na visão do vendedor Jair da Costa Nascimento, 28 anos. “Faltam médicos para atender a população. A gente chega cedo no hospital público e passa o dia inteiro na fila. Isso não pode ser considerado bom”, critica.

Se, no DF, onde a quantidade de médicos trabalhando é considerada satisfatória pela OMS e mesmo assim os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) reclamam do serviço, a situação é ainda pior em outras regiões do país. Ao todo, 29% da população brasileira não conta com a média mínima de um médico por mil habitantes. Esses municípios estão concentrados nas regiões Norte e Nordeste — as mesmas que apresentam a menor concentração de médicos do país, 1,9 e 2,4 para cada mil habitantes, respectivamente. O Sudeste e o Sul têm as maiores médias, com 3,7 cada região. O Centro-Oeste aparece em seguida com 2,9.

Para o conselheiro do Conselho Federal de Medicina (CFM) Desiré Callegari, o governo teria que investir em ações que aproximem os médicos do SUS. “É preciso investir na qualidade do trabalho e remunerar melhor, coisa que não acontece”, afirma. O conselho ainda contesta alguns números do Ipea. No fim do ano passado, o CFM realizou um censo dos médicos no Brasil que mostrou que o índice nacional é de 1,9 médico por mil habitantes. Apesar da diferença, o conselho confirma que as duas pesquisas atestam a desigualdade social.

Quando o assunto é cultura, a discrepância continua. Brasília conta com bibliotecas públicas, museus, teatros, centros culturais, cinemas, videolocadoras, estádios e provedores de internet. Entretanto, dos 5.565 municípios do país, apenas 1.299 têm museus, 1.172 contam com teatros e 508 possuem cinemas.

Colaborou Renata Mariz

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