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Foto: Vermelho.org.br |
"Porque a todos é concedido ver, mas a poucos é dado perceber. Todos veem o que tu aparentas ser, poucos percebem aquilo que tu és". (Maquiavel)
Sob o pretexto de estarem
cumprindo com o seu papel de oposição natural ao governo da presidenta Dilma
Rousseff, os oposicionistas ultradireitistas, ultraconservadores e neoliberais
de plantão, arregimentados pelos anacrônicos PSDB e DEM, arquitetam declaradamente
e sem o menor constrangimento um nefasto movimento de oposição às avessas, onde
as duas legendas saudosas dos tempos de coronelismo e da ditadura acabam por se
colocar contra tudo e contra todos, independentemente da classe social,
ideologia ou cor partidária daqueles que discordem de suas teses incontestáveis,
afinal de contas, o objetivo deles não é restabelecer a ordem política,
econômica e social do Brasil nem garantir o Estado do bem estar social, como
alardeiam aos quatro ventos. Muito pelo contrário, a meta é quebrar essa ordem
e dividir o Brasil e os brasileiros em pedaços e assim insuflarem os egos dos
derrotados que querem chegar ao poder pelo poder.
Das bocas dos derrotados em
2014 ainda vertem palavras de insulto, injúria, ódio, escárnio e todo tipo de
descalabros e imoralidades possíveis contra uma mulher que foi capaz de
desafiá-los e ferir-lhes o orgulho com a sua própria história de luta e
resistência contra o regime de exceção. Os derrotados não aceitaram - e
dificilmente aceitarão – o veredicto das urnas, a vontade popular que concedeu
à Dilma um segundo mandato presidencial. Assim, querem impor a qualquer custo o
terceiro turno, mesmo que isso comprometa a estabilidade econômica do país ou
que divida brasileiros e partidos entre os que são pró-governo do Partido dos
Trabalhadores e os que abominam a legenda, sua história, seus precursores,
militantes, adeptos e simpatizantes, resultando num horrendo e trágico
maniqueísmo político que não leva a nada, a não ser contribuir para afastar os
cidadãos da política com P maiúsculo, pregar o descrédito em relação às
instituições públicas e instigar o ódio gratuito ao colocar cidadãos contra
cidadãos.
Em nome da suposta oposição
natural ao governo de situação, tudo é válido para se buscar brechas que abram
caminho para um possível pedido de impeachment da presidente. Vale tudo mesmo,
tudo vale. E a lógica é uma só: se o governo é a favor, somos contra. Se é
contra, somos a favor. Por isso, pode-se lançar mão de várias manobras
regimentais, conchavos, negociatas e tudo mais para dificultar a vida do
governo na votação, pelo Congresso, de projetos voltados para o ajuste fiscal;
vale votar a favor de propostas nunca defendidas antes pela legenda com o fiel
objetivo de derrotar o governo, como no caso da Proposta de Emenda à
Constituição – PEC 171/1993, que reduz a idade penal de 18 para 16 anos; como a
Proposta de Emenda à Constituição – PEC 215/2000, que transfere para o Poder
Legislativo a competência para demarcar e homologar terras indígenas e
quilombolas e unidades de conservação, proposta esta aprovada recentemente em
comissão especial da Câmara presidida e composta em sua maioria pela bancada
ruralista; ou a proposta de reajuste absurdo aos servidores do judiciário,
dentre tantos outros projetos em tramitação no Parlamento.
Em nome da famigerada
oposição natural, foi válido assegurar todo apoio à eleição vitoriosa de
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara dos Deputados com a promessa de
que este se encarregaria de preparar o calvário do PT e da presidente Dilma
desde o primeiro momento que assumisse o novo posto. Tratando-se, porém, de uma
oposição burra, rancorosa, egoísta e desprovida do menor senso crítico e do
espírito de unidade, não demorou mais que alguns meses para o seu discurso cair
no vazio, na lama da insensatez e da incoerência.
Ora, como sustentar um
discurso que prega a todo o momento que a presidente legitimamente eleita por
54 milhões de brasileiros não pode exercer o seu mandato até o fim por que
teria incorrido em supostos crimes, até hoje não comprovados? Como sustentar um
discurso que destila o ódio contra um partido e conclama as pessoas a tomarem
as ruas para pedir o impeachment de Dilma e o fim da corrupção, quando em
verdade, esses mesmos falsos moralistas não abrem a boca para falar
absolutamente nada a respeito das graves denúncias da Procuradoria-Geral da República
(PGR) contra aquele que colocaram na presidência da Câmara, pelos crimes de corrupção
e lavagem de dinheiro? O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusa
Cunha de ter recebido propina no valor de pelo menos 5 milhões de dólares para
viabilizar a construção de dois navios-sondas da Petrobras, no período entre
junho de 2006 e outubro de 2012. Notícia fartamente divulgada e comentada. A
oposição emudeceu.
Como sustentar uma postura
que não cobra explicações nem pede o afastamento imediato de Cunha após a
abertura de investigação criminal na Suíça com a descoberta de que ele,
apontado como um dos maiores achacadores e corruptos do Brasil, mantém quatro
contas secretas no exterior e cinco menções na Operação Lava Jato? Esse
comportamento por parte dos “caçadores de impeachment” é, no mínimo,
incoerente, imoral e cheira de longe a golpismo não apenas contra a presidente
Dilma, mas também contra o Estado Democrático de Direito. Esse discurso vendido
diuturnamente por aqueles que se autointitulam os paladinos da moral e da ética
na política, em suma, apenas demonstra que a direita reacionária não tem
discurso algum, ao passo que lhe sombra boa dose de ignorância, incompetência e
anacronismo político.
Sob o pretexto de exercerem
o seu papel de oposição natural ao governo da presidenta Dilma Rousseff, os
oposicionistas ultradireitistas, ultraconservadores e neoliberalistas de
plantão, a reboque dos anacrônicos PSDB e DEM, fazem coro pelo afastamento
imediato da mulher mais poderosa deste país sem que nenhum crime lhe tenha sido
imputado.
Ninguém aqui está tapando o
sol com a peneira nem discordando de que o governo não vai bem, até porque é
preciso também fazer o mea-culpa e reconhecer que o governo passa, sim, por
graves problemas que estão afetando diretamente a vida das pessoas, especialmente
as classes menos favorecidas que hoje enfrentam os constantes aumentos de impostos, da cesta
básica e do custo de vida como um todo. Isto é fato, não há como negar. Mas,
utilizar-se de subterfúgios e manobras rasteiras, como tem feito até aqui a
oposição, para tentar destituir a comandante maior deste país como se criminosa
fosse, é inaceitável e representa um ataque sem precedentes à ordem democrática
estabelecida. O caminho para o Brasil sair da situação em que se encontra não é o impeachment, mas o diálogo sério, honesto e compromissado entre as forças políticas para apontarem perspectivas e soluções práticas a curto e médio prazo à crise política e econômica que vivemos.
Não sabem eles ou não querem
enxergar, que não vivemos mais na república dos coronéis? Não sabem eles que essa
terrível obsessão, essa loucura insana de tentar chegar ao poder pelo poder, na
base de ataques pessoais, desrespeitando a ordem natural do processo político e
indo contra a vontade popular, não prosperará? Primeiro, porque o Brasil vive
um regime democrático. Segundo, porque os algozes de Dilma não tem moral, não
tem ficha limpa nem história de vida idônea como a dela. Miram nela, mas querem
atingir mesmo é o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Contra este, também
não lograrão êxito. Terceiro e por fim, porque o lamaçal que emporcalha a
biografia de Cunha certamente é o mesmo que enlameia Aécio e companhia e tantos
outros caciques da velha e podre política, portanto, terão que se retratar em
algum momento perante a sociedade, cedo ou tarde.
Esta política praticada nos
subterrâneos da vida pública brasileira não pode dividir o Brasil nem os
brasileiros em ideologias partidárias simplesmente para atender aos caprichos de
um bando de hipócritas derrotados em 2014, pela quarta vez consecutiva, que
agora querem chegar ao poder pelo poder, à custa de levar o país à bancarrota,
ao caos.
As máscaras caem e,
felizmente, cai mais uma desta oposição esdrúxula e sem projeto de país que diz
para as ruas que é contra a corrupção, mas que se cala diante da crise infernal
instalada na Câmara que já não é mais dos deputados, mas de Eduardo Cunha, o
achacador mor. Esta mesma Casa Legislativa que já bem poderia se chamar de Casa
dos Achacadores e dos Vigaristas, salvo raríssimas exceções. Esta é a oposição que faz oposição
irresponsável à Dilma, ao Lula, ao PT, à esquerda sem saber que, na verdade,
está se colocando contra o Brasil e aos brasileiros.
Que o bom senso e a
sapiência salvem a política de restolhos como tais que tramam dia e noite
contra os poderes da República e a ordem democrática.O Brasil não precisa se dividir mais do que já está dividido. O Brasil precisa mesmo é que a classe política se moralize e tome consciência de suas responsabilidades para com a nação e o povo.
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