29 de janeiro de 2011

Wasny se reúne com moradores do Morro da Cruz. Regularização da área foi promessa de campanha de Agnelo.




Por volta das 17h30 dessa sexta-feira (28/01), aproximadamente oitenta moradores do Setor Morro da Cruz estiveram presentes na Associação Comunitária do bairro para uma reunião marcada às pressas com o Deputado Distrital Wasny de Roure (PT).

Na pauta do encontro, constava como prioridade o pedido de apoio ao parlamentar no que diz respeito à condução do processo de legalização da área, que atualmente abriga mais de 500 famílias, muitas das quais já foram notificadas com ordens de demolição e embargo de obras.

Francisco de Assis, presidente da Associação dos Moradores do Morro da Cruz, inicialmente relatou em poucas palavras a situação na qual se encontra a comunidade. De acordo com ele, as pessoas estão passando por uma fase difícil. Os pais de família saem cedo de casa para trabalhar  muito preocupados, pois não têm a menor certeza de que, ao voltarem, encontrarão a sua residência intacta. “O que eu peço, em nome de todos, é que o senhor  [deputado] analise a situação e nos ajude no que estiver ao seu alcance.", fez um apelo. "Somos trabalhadores, nós pagamos por esses lotes. Se tem alguém errado, eu não sei (...) e não cabe a mim julgar, acho que cabe ao juiz, ao Poder Público", completou o líder comunitário.


Rogério, morador do local que trazia em baixo do braço uma pasta abarrotada de documentos, aproveitou o ensejo para mostrar para Wasny um folder que datava da época de campanha do governador, material no qual, entre várias outras promessas, havia a de regularizar o Setor Morro da Cruz. Wasny solicitou uma cópia do mesmo e prometeu levá-lo ao conhecimento de Agnelo para "refrescar" a memória do governador e assim fazer com que não se esqueça da palavara dada no período eleitoral.

“Viemos aqui para conhecer o problema que estão enfrentando, mas também não vim vender facilidades... vim vender compromisso e responsabilidade”, afirmou o deputado, destacando ainda que diversos outros lugares do Distrito Federal se encontram no  mesmo impasse.



De acordo com o presidente da Associação dos moradores, Francisco de Assis, durante as últimas semanas era comum ver carros oficiais circularem pelo local, até mesmo os das agências fiscalizadoras (Agefis, Sudesa) sendo conduzidos por funcionários que foram exonerados, inclusive da Administração Regional, mas que continuam a fazer uso dos veículos livremente. Para Assis, o objetivo dos supostos "funcionários" era fazer pressão psicológica nos moradores. “A Administração está praticamente vazia. Aqueles que não fazem mais parte do governo não têm legitimidade nenhuma para notificar e muito menos para intimidar a população”, reclama Cristino Júnior (Cipó), membro da Frente de Defesa Política de São Sebastião. Segundo ele, urge que o governo  tenha em mãos um censo das pessoas que atualmente residem na região do Morro da Cruz, até mesmo para se ter maior controle e assim evitar a grilagem.

Gilberto Pereira, líder comunitário, diretor-presidente da ONG ASCONTAS e também membro da Frente de Defesa Política de São Sebastião, saiu em defesa dos moradores do Morro da Cruz. “Deputado, essas pessoas presentes aqui, não são pessoas desordeiras, como a imprensa tem feito questão de dizer até o momento. Eu acompanho a ocupação desse lugar desde o começo e garanto ao senhor que são famílias de bem, que trabalharam muito para ter direito à casa própria e o Estado não pode tratá-las com repressão e violência”, alegou.

Ao final, Wasny comprometeu-se a discutir o problema com o governador e as autoridades competentes. Solicitou que os moradores organizassem uma comissão especial para tratar do assunto nas próximas reuniões. Gilberto se disponibilizou a colaborar no levantamento de dados oficiais que remetem ao início do processo de ocupação de áreas como o próprio Setor Morro da Cruz e de demais locais em São Sebastião que passam praticamente pela mesma problemática, caso dos Bairros Vila do Boa e Quadra 12 do Morro Azul.
 

Por Francisco Neri

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