18 de março de 2014

Chapa 2 vence eleição da Associação do Morro da Cruz

Maior vitória é da comunidade que deu exemplo de organização e cidadania. 


No último domingo, dia 16 de março de 2014, moradores e moradoras do Setor Habitacional Morro da Cruz deram um grande exemplo de democracia e participação cidadã. Das 8h às 18h, a comunidade compareceu às urnas para escolher entre os membros das chapas 1 e 2 os representantes que farão parte da nova diretoria da Associação, com mandato pelos próximos dois anos (biênio 2014/2015).

Sem grandes incidentes, o processo eleitoral ocorreu de forma pacífica e ordeira. 505 pessoas compareceram às urnas demonstrando de forma inequívoca o senso de compromisso e responsabilidade com a escolha dos comunitários que terão pela frente alguns desafios, entre os quais o de trazer soluções imediatas para a falta de infraestrutura e de outros problemas antigos que atingem os mais de 13 mil moradores do local.

Entre as muitas reclamações que se ouvem no dia a dia, há a necessidade de ampliação da rede de abastecimento de água e energia elétrica, a construção de rede de esgoto, asfaltamento, calçadas, a construção da rotatória que dá acesso ao Morro da Cruz, além de equipamentos públicos, como escolas, creches, parques infantis, posto de saúde e transporte coletivo. Estas são demandas para as quais a comunidade vem cobrando providências imediatas à Administração Regional e aos demais órgãos competentes do GDF.

Com 302 votos, a Chapa 2 saiu vitoriosa, contra 144 da Chapa 1. Os demais votaram branco ou nulo. A primeira tinha como cabeça de chapa o morador Chico e a segunda, outro representante da comunidade mais conhecido como Rogério da Associação.

“Foi muito importante a presença de todos. Se as pessoas não tivessem dado importância a esse momento de decisão, com certeza não teria o menor sentido escolher novos representantes, até porque nenhuma associação  que se preze de verdade funciona efetivamente sem o reconhecimento e o respeito da comunidade que representa”, pontuou Rogério, presidente eleito.

Casado e pai de quatro filhos, Rogério disse ainda que uma das propostas prioritárias da nova diretoria é lutar pela regularização do bairro. Nesse sentido, informa, se empenhará em cobrar do governo a realização de estudo topográfico junto à Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal, Codhab, bem como resposta ao requerimento encaminhado ao órgão por ele e outras lideranças solicitando a regularização do setor. Por fim, disse que também buscará apoio para conquistar um local para a sede da associação.

Para o candidato Chico, a eleição da associação servirá como experiência, inclusive aos próprios moradores que não se fizeram presente, para despertar a importância da participação política e da união das pessoas para lutarem por objetivos comuns.

“Não fazemos, não resolvemos nem decidimos nada sozinhos. A ideia de associar as pessoas é justamente para nos organizarmos enquanto moradores e potencializar o nosso trabalho”, destacou o candidato da chapa 1, que, apesar de ter conquistado menos da metade dos votos que elegeram a chapa 2, disse que a disputa foi muito positiva porque ambas as chapas trazem como proposta central trabalhar pela melhoria e desenvolvimento do Morro da Cruz, independente de quem esteja à frente da associação.

Além de engajar pessoas verdadeiramente dispostas a se organizar em busca de objetivos comuns, fazer parte de uma associação proporciona o sentimento de pertencimento comunitário, fazendo com que as pessoas criem raízes, se sintam parte do problema e da solução para os problemas que afetam parentes, amigos, vizinhos, etc. Enfim, reúne pessoas com diferentes pontos de vista, mas com o mesmo e fiel objetivo: trabalhar pelo bem geral.

“Acredito que foi uma boa experiência. Tivemos a oportunidade de escolher democraticamente os novos representantes do bairro. Isso é muito bonito de se ver e me deixa muito orgulhosa. Foi uma aula de cidadania”, avaliou a moradora Sidneia Gonçalves.  

Para saber mais

Com população atualmente estimada na faixa de 13 mil pessoas, segundo dados não oficiais de lideranças da própria comunidade, vários são os problemas hoje enfrentados por quem, na tentativa de fugir da absurda carestia do aluguel, tomou a decisão de investir na moradia própria os parcos recursos juntados durante anos com muito trabalho, ainda que tenham adquirido um pedaço de chão de quem não tinha o direito de propriedade nem podia vender.
  
Entre os maiores desafios para o bairro está a busca pela regularização da área, que ainda não tem data prevista para sair do papel, Cientes das consequências danosas que podem resultar da expansão desordenada do local, moradores temem a falta de espaços para a construção de equipamentos públicos essenciais para a garantia da qualidade de vida.

Por Francisco Neri 

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